Os vereadores de São Paulo aprovaram a criação de um vale-alimentação para eles próprios, que será de R$ 1,8 mil por mês a partir do próximo ano. Esse valor supera o salário mínimo vigente no Brasil, que é de R$ 1,6 mil.
A aprovação do benefício faz parte de um projeto de lei que sugere alterações na estrutura administrativa da Câmara Municipal de São Paulo. A decisão foi tomada em 27 de novembro, com a oposição de representantes do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e da vereadora Cris Monteiro (Novo). Antes disso, o vale-alimentação era destinado apenas a funcionários concursados, comissionados e contratados pelo regime CLT, não sendo oferecido aos vereadores.
Em 2018, o valor do benefício era de R$ 573 mensais, com reajustes anuais. Caso fosse ajustado apenas pela inflação, o auxílio atual seria de R$ 809.
Pouco tempo após a aprovação do vale-alimentação, os vereadores também aprovaram um aumento de 37% nos próprios salários, que passarão de R$ 24,7 mil para R$ 26 mil a partir de fevereiro de 2025. A votação do aumento salarial levou apenas 23 segundos. Essa decisão gerou críticas, como a da vereadora Cris Monteiro, que apontou a falta de tempo para discutir a proposta.
O projeto de aumento salarial é uma resolução, o que significa que trata de questões internas da Câmara Municipal e, portanto, não precisa da sanção do prefeito. Após a aprovação, o projeto passa a ter força de lei ordinária.
Na justificativa, a mesa diretora da Câmara usou a Constituição Federal, que permite que o salário dos vereadores seja de até 75% do valor pago aos deputados estaduais.