As quadrilhas de piratas que atuam nos rios da região estão utilizando drones para localizar, monitorar, ameaçar e atacar balsas e embarcações, com foco principal no roubo de cargas, especialmente combustíveis. A denúncia foi feita na semana passada pelo Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Estado do Amazonas (Sindarma) durante o fórum ‘Segurança nas Operações Aquaviárias no Norte do Brasil’, realizado em Manaus pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). O evento discutiu os desafios e as perspectivas da navegação na região, além dos requisitos para práticas seguras e sustentáveis.
Durante o painel “Ampliação da segurança nas vias hídricas do Norte”, que contou com a presença das secretarias de segurança do Amazonas, Pará e Rondônia, o presidente do Sindarma, Galdino Alencar, alertou que, além de armamentos pesados e embarcações de alta velocidade, as quadrilhas passaram a usar drones para monitorar a movimentação das balsas e ameaçar os tripulantes, até mesmo durante a noite. Ele explicou que as tripulações têm registrado cada vez mais essas notificações nos últimos meses, o que representa mais um desafio, pois os piratas agora usam drones em várias operações simultâneas para vigiar a carga transportada e intimidar os trabalhadores.
Durante o evento, Galdino também destacou a necessidade de reforçar as ações contra a pirataria e de aumentar a presença das forças de segurança pública nos rios da região. Ele mencionou que, com o apoio das distribuidoras de combustíveis, as transportadoras implementaram escoltas armadas privadas, o que reduziu drasticamente o sucesso das quadrilhas. No entanto, ele enfatizou que isso não significou o fim das ameaças, com tiroteios quase diários e agora a complicação adicional do uso de drones.
O presidente do Sindarma também falou sobre a importância de regular a operação das dragas e o garimpo nos rios, especialmente no Madeira. Ele informou que, no rio Madeira, há atualmente mais de 2 mil dragas operando, muitas delas de forma irregular, algumas delas até posicionadas no canal de navegação, o que representa mais um risco para a segurança na região.