Os primeiros habitantes da atual cidade de Iranduba, localizada a 25 quilômetros de Manaus (AM), eram ribeirinhos do rio Solimões que foram deslocados pela cheia atípica de 1976.
Quatro anos depois, o distrito que ainda pertencia a Manaus se tornou um município. Na terça-feira, 11 de dezembro, a cidade comemorou essa data com uma extensa programação cultural e artística.
Devido à cheia, pelo menos 60 famílias buscaram abrigo ao redor do platô de Iranduba, com a intenção de retornar às margens do rio e às ilhas durante a seca. No entanto, muitas foram convencidas pelo então prefeito, coronel do Exército Jorge Teixeira (1975-1979), a permanecerem em terra firme.
Embora o movimento dessas famílias fosse sazonal, em 1976 as águas subiram de forma mais rápida e em maior volume. A antiga sede do distrito, uma casa de madeira sobre palafitas que também servia como escola, era o único local onde os desabrigados passavam os momentos mais difíceis da cheia. No entanto, naquele ano, até mesmo esse prédio ficou submerso. “Naquela cheia, Teixeira usou um helicóptero do Exército para levar os vereadores de Manaus para ver de perto as dificuldades dos ribeirinhos da região de Iranduba.”
Apesar disso, os vereadores não se mostraram favoráveis à ideia do prefeito de transferir as famílias da várzea para a terra firme. No platô, foram construídas 200 casas de madeira com telhados de alumínio para abrigar as famílias desalojadas de Iranduba e também de áreas como o bairro de São Raimundo, em Manaus. A estruturação desse projeto levou três anos para ser concluída.