A paralisação dos rodoviários em Manaus ganhou força nesta terça-feira (15), com aproximadamente 30% dos ônibus fora de circulação e a possibilidade de que esse número chegue a 50% nas próximas horas. O movimento, liderado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, reivindica reajuste salarial e a permanência dos cobradores nos coletivos. A mobilização, no entanto, enfrenta resistência judicial e tem causado transtornos significativos à população.
A greve, que começou de forma parcial, está se expandindo conforme a adesão de novos trabalhadores. Segundo Givancir Oliveira, presidente do sindicato, o objetivo é alcançar metade da frota paralisada até o fim do dia. “Estamos mobilizando mais motoristas e cobradores. Se não houver resposta das empresas, mais linhas serão afetadas”, declarou.
Do outro lado, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Manaus (Sinetram) afirma que uma decisão judicial exige o funcionamento de 70% da frota nos horários de pico, sob pena de multa. “A paralisação é ilegal e desproporcional. Continuamos abertos ao diálogo, mas dentro dos limites da lei”, afirmou um representante do sindicato patronal.
Com a redução no número de veículos em operação, os usuários já enfrentam longas esperas, superlotação nos ônibus e dificuldades para conseguir transporte por aplicativo, em razão da alta demanda. Muitos passageiros relatam atrasos superiores a uma hora nos pontos.
O tráfego na cidade também piorou, com congestionamentos nas principais avenidas, provocados pelo aumento do uso de carros particulares e transportes alternativos.
Enquanto os rodoviários mantêm a promessa de ampliar a greve, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) agendou uma audiência de conciliação para quarta-feira (16). O governo estadual ainda não se posicionou oficialmente, mas técnicos da Secretaria de Mobilidade admitem que, se a paralisação atingir 50% da frota, o sistema pode entrar em colapso.
Os trabalhadores sustentam que só encerrarão o movimento com uma proposta concreta de reajuste e garantia da função dos cobradores. As empresas, por sua vez, alegam que a automatização do sistema é um caminho sem volta e defendem a requalificação dos funcionários.