Manaus – O deputado federal e ex-candidato à Prefeitura de Manaus, Alberto Neto (PL), foi citado em uma reportagem publicada nesta segunda-feira (5) pelo jornal O Estado de S. Paulo, que detalha um esquema de fraudes bilionárias envolvendo associações ligadas ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com a matéria, o parlamentar atuou como relator de uma medida provisória que acabou favorecendo entidades atualmente investigadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
A publicação aponta que Alberto Neto incluiu uma emenda que estendia o prazo para a revalidação anual das autorizações de desconto em folha de pagamento de aposentados e pensionistas. A prorrogação permitiu que associações continuassem realizando descontos — em muitos casos sem a autorização dos beneficiários.
Um trecho da reportagem afirma: “A emenda original prorrogava a revalidação até 2023. Depois, em conversa com o relator da medida provisória, deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), ficou estabelecido que o adiamento ficaria para 2022, podendo ser prorrogado por mais um ano por ato do presidente do INSS, dando o mesmo efeito prático pretendido.”
As investigações indicam que a flexibilização foi usada pelas associações para aplicar descontos indevidos nos benefícios de segurados, causando um prejuízo estimado em R$ 6 bilhões aos cofres públicos e aos aposentados atingidos. As entidades, que deveriam representar os interesses dos beneficiários, agora são investigadas por crimes como estelionato, falsidade ideológica e apropriação indébita.
Até o momento, Alberto Neto não se manifestou publicamente sobre as acusações. As apurações continuam sob responsabilidade da CGU e da Polícia Federal, que investigam a possível participação de agentes públicos e parlamentares na aprovação das medidas que permitiram as irregularidades.
Posicionamento do deputado
Em nota, a assessoria do parlamentar negou as informações veiculadas na reportagem.
Leia a íntegra da resposta:
“É leviana a tentativa de associar meu nome a esta máfia que atua no atual governo e prejudica milhares de brasileiros.
Como relator do projeto, atendi a pedidos da sociedade para aguardar o termino da pandemia para iniciar os recadastramento, uma vez que os aposentados eram os grupos mais vulneráveis da pandemia.
O objetivo era proteger e cuidar dos idosos. Em março de 2021, o estado de calamidade pública ainda estava em vigor e seria arriscado tirar idosos de casa para irem fazer o recadastramento.
Assinei a CPI do INSS e reafirmo meu compromisso com a defesa dos aposentados e pensionistas, lutando para que sejam ressarcidos por toda a corrupção desencadeada neste governo”.