Na terça-feira (1º), familiares e amigos da policial militar Deusiane Pinheiro se reuniram em frente ao Fórum Henoch Reis, no bairro Aleixo, zona Centro-Sul de Manaus, para protestar contra a falta de solução em um caso que completa 10 anos. Deusiane foi encontrada morta no dia 1º de abril de 2015, dentro do Pelotão Ambiental da PM, com um ferimento a bala. O crime, envolto em controvérsias, segue sem resposta definitiva da Justiça.
Durante o protesto, a mãe de Deusiane, Antônia Assunção, renovou seu pedido pela federalização do caso, apontando a lentidão e a ineficiência das investigações conduzidas pela Justiça estadual. “Estou há 10 anos mendigando justiça. Para sair de casa, preciso usar colete balístico, porque tenho medo. Estamos sendo ameaçados, e ninguém faz nada”, desabafou Antônia. Recentemente, ela esteve na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em Brasília, para pressionar pela transferência do processo para a Justiça Federal.
Na época da morte, cinco policiais militares foram denunciados, incluindo um agente com quem Deusiane teria um relacionamento conturbado. A defesa dos acusados defendeu a versão de suicídio, mas laudos periciais apontaram falhas na tese. Desde então, a família tem buscado esclarecimentos e justiça, enfrentando o que consideram omissão e lentidão no processo judicial.
O Ministério Público pode solicitar a federalização do caso se reconhecer uma “grave violação de direitos humanos” e a falha da Justiça estadual. Enquanto isso, o protesto se torna um símbolo da luta contínua por respostas e pela pressão por ações concretas das autoridades. “Não vamos descansar até que a verdade venha à tona”, afirmou uma das participantes, que carregava cartazes com fotos de Deusiane e mensagens como “Justiça por Deusiane” e “10 anos de impunidade”.