A violência na Amazônia Legal aumentou 46% de 2023 para 2024, com o número de cidades controladas por facções criminosas chegando a 260 municípios. Como resultado, a região enfrenta um aumento na violência.
Esse crescimento é principalmente impulsionado pela expansão de grupos como o Comando Vermelho e o PCC, que já exercem grande influência na área. No Amazonas, cidades como Iranduba estão entre as mais afetadas pela violência.
Segundo o estudo “Cartografias da Violência na Amazônia”, o narcotráfico é um dos principais fatores que contribuem para a violência, uma vez que a Amazônia é uma região chave nas rotas internacionais de cocaína, com o Rio Solimões sendo uma das principais vias para o transporte desse produto ilegal.
Além disso, atividades ilegais como o garimpo e o desmatamento agravam os conflitos entre facções criminosas. Isso intensifica a disputa por territórios e resulta em danos ambientais irreparáveis.
Outro ponto crucial é a formação de alianças entre facções no sistema prisional, o que facilita a expansão dessas organizações. A Amazônia, por sua vez, se consolidou como um importante ponto logístico para o tráfico de drogas.
A construção de rodovias e a expansão de atividades econômicas predatórias, como o desmatamento para a criação de pastagens e cultivo de soja, também desempenham um papel no aumento da violência. Como consequência, cidades menores tornaram-se novos centros de disputas violentas.
Esse cenário de violência e degradação ambiental dificulta a implementação de políticas de desenvolvimento sustentável, uma vez que a conexão entre narcotráfico e crimes ambientais impede a adoção de modelos que priorizem a preservação.
Além disso, a crescente interiorização da violência e a presença de facções em cidades menores intensificam os conflitos, afetando diretamente a população e o futuro da região.
Com a COP 30 prevista para 2025 em Belém, o controle do crime emerge como um obstáculo significativo. Isso torna ainda mais difícil a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável para a Amazônia.
A junção de violência, narcotráfico e degradação ambiental compromete os esforços para proteger a biodiversidade e alcançar um desenvolvimento econômico sustentável na região. Por isso, a implementação de um novo modelo de desenvolvimento se torna cada vez mais necessária.